Por que vários veículos de comunicação estão noticiando que a crise econômica na China afetará a economia do Brasil? Porque esses artigos, chamados de Commodities(soja, minério de ferro, óleo de soja, entre outros produtos) correspondem há anos 67,53% das exportações(vendas) brasileiras destinadas à China. Ou seja, a China é o país que mais compra grãos, matéria prima entre outros produtos do Brasil desde 2002. Por conseguinte, para entender essa façanha é preciso expor um resumo da busca incessante de alguns presidentes brasileiros em tornar a China seu maior parceiro comercial. Assim, Lula, em seu discurso de posse, em 1º de janeiro de 2003, cita nominalmente a necessidade de estreitamento de laços com a China e Índia. Sua visita à China, no final de maio de 2004, recebeu um apoio inédito por parte do empresariado brasileiro, o que facilitou a prosperidade econômica nos seus dois mandatos de Presidente. Fernando Henrique Cardoso, ex- presidente, no pronunciamento em sua posse em 1º de Janeiro de 1995, também definiu a Ásia como uma das prioridades de sua política externa, tendo visitado a China, a Malásia e Japão em seu primeiro mandato, mas não gozou da mesma prosperidade que Luis Inácio Lula da Silva, já que, uma crise econômica assolara à Ásia, em 1999. José Sarney lá esteve em 1988, quando fora Presidente do Brasil. Como, também no ano de 1979, o Presidente Militar, Médici autorizou a primeira venda do açúcar brasileiro a China. Ou seja, iniciou uma relação comercial com os chineses, mas sua postura provocou alardes em parte da população e das mídias da época que era extremamente a favor da Ditadura Militar e contra qualquer ligação ao Comunismo ou Socialismo, já que, nesse período havia a Guerra Fria(uma disputa ideológica entre EUA/Capitalista e a antiga URSS/Socialista), assim como o Brasil adotara o Capitalismo e sempre esteve alinhado aos EUA, não deu continuidade à negociação. Outro Presidente, foi Jânio Quadros, que em 1961, desejou aproximar-se do grupo dos países não-desenvolvidos, através de uma missão chefiada pelo Vice Presidente na época João Goulart, afim de estreitar a relação comercial com a China. Mas o seu governo durou apenas 8 meses, em que, segundo Jânio, renunciou por causa de forças obscuras. Salvo, grifo meu, essas forças obscuras eram os EUA.
Logo, para corroborar a íntima relação comercial entre a China e o Brasil, basta analisar a tabela exposta no fim do texto e identificar que, no decorrer da década de 1990 e início do século XXI, as negociações brasileiras com a China só fizeram aumentar, o que mostra também a manutenção do forte relacionamento político e comercial. Com isso, nos anos de 2000/2001, as exportações brasileiras para a China só ficaram abaixo das exportações para o Japão, por conseguinte a partir de 2002 a China passa a ser o principal destino das exportações brasileiras para a Ásia. Mas, desde julho deste ano, 2015, a crise econômica da China vem prejudicando as Commodities(são artigos de comércio, como frutas, legumes, cereais, grãos e alguns metais) brasileiras, que segue um determinado padrão, o preço das commodities é negociado na Bolsa de Valores Internacionais, e depende de algumas circunstâncias do mercado, como a oferta e demanda. Com isso, as exportações do Brasil vem sofrendo quedas significativas, já que, seu maior comprador desde 2002, a China, não apresenta um quadro saudável economicamente, e por ser um país governado pelo Partido Comunista da China, desde 1949, fica difícil saber como está realmente a crise, devido a falta de transparência política e econômica que o PC da China exerce sobre a nação chinesa, podendo gerar uma crise econômica em proporções mundiais, já que, vários países do mundo, assim como o Brasil, possuem um grande volume de exportação destinado à China. Mas o que motivou o Mundo voltar seus olhos a esse país asiático? A China conta com um exército de mão de obra barata e um volumoso mercado consumidor(pessoas que ganham baixos salários, porém possuem poder de compra), o que é extremamente atraente para os empresários e donos dos meios de produção. Tudo isso, fez esse país (China) crescer economicamente nos últimos dez anos mais que qualquer país no mundo. Por isso, os chineses abriram-se para a economia mundial. O maior exemplo dessa abertura econômica, foi o país sediar as Olimpíadas, em 2008, em que a obediência e sincronia dos bailarinos chineses na abertura dos jogos olímpicos, chocou espectadores e telespectadores no mundo inteiro com aquele excelente show. Enfim, outro exemplo dessa abertura econômica, é o grande número de automóveis chineses circulando nas ruas brasileiras, e a instalação de concessionárias em várias partes do Brasil, como também o maciço domínio de chineses nos comércios(lanchonetes), e ainda as constantes notícias retratando a população chinesa, seus costumes e particularidades, como a dieta chinesa que degusta de escorpiões e aranhas fritos, causando certa estranhaesa em nossa população, como também brinquedos e aparelhos eletroeletrônicos com as identificações MADE IN CHINA. Ou seja, tudo que antes, estava fora do conhecimento dos brasileiros, devido ao desinteresse de alguns governantes e empresários, hoje a coisa mais natural do mundo é noticiar a China. Exemplos não faltariam para mostrar que a China está intimamente ligada ao Brasil, ou melhor, ao mundo. Porém, tudo isso só foi possível graças a essa expressão economia de mercado". Mas, assim como uma moeda que possui dois lados, a aproximação comercial entre China e Brasil não pode ser analisada de forma negativa, já que a economia brasileira vem sofrendo reflexos da crise econômica chinesa, tem de ser sentenciada de forma positiva, porque foi super importante para ambos os países, já que, os mesmos dispontaram como as grandes forças econômicas do século XXI, juntamente com a Índia, Rússia e África do Sul, formando um bloco econômico independente em relação aos EUA e a UE(União Européia), chamado de BRICS.
Por conseguinte, é preciso ter cautela para analisar e avaliar a economia do Brasil, porque o seu maior parceiro comercial está escondendo a sua real situação econômica, assim, investidores, principalmente os estrangeiros, não conseguem enxergar um cenário político e econômico favorável no território brasileiro para investir seus recursos financeiros aqui, como também aproveitam-se das constantes manifestações sociais, das crises política e econômica para confirmar a negação de seus investimentos na economia brasileira. A postura que, parte da população está adotando com manifestações confusas, está atendendo apenas os interesses de políticos e empresários insatisfeitos com as últimas eleições presidenciais, e não estão tendo a perspicácia que a dificuldade econômica que estão passando não emana de um mau governo brasileiro, mas sim dos reflexos da economia chinesa, que está em crise. É preciso que, essa parte da população insatisfeita use seus conhecimentos de forma madura e não incite mais desordens, pois com essa conduta, agravará ainda mais a crise política no Brasil. Logo, fica claro, porque a Presidenta Dilma, adotou a postura de dúvida, em relação ao ano de 2016!
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