Com o apoio de 57,7 milhões de brasileiros, Jair Messias Bolsonaro, tornou-se o 38º presidente do Brasil. Por conseguinte surgiram infinitos questionamentos sobre a sua ascensão meteórica na política brasileira. Porém, não se pode esquecer que a saída do anonimato foi promovida pelo somatório de ações da mídia, como por exemplo: o comportamento preguiçoso de buscar notícias que realmente sejam informativas e a necessidade de aumentar a qualquer custo os seus pontos de audiência.
Logo, programas televisivos, com expressão nacional que, visando conseguir míseros pontos de audiência apelavam para nudez, para a divulgação diária sobre o cotidiano das celebridades globais, ou para as contendas produzidas em Reality Show, e quando iniciava um período de ociosidade. Ou seja, um momento em que não há o que noticiar, somatizado à preguiça e o comportamento maligno sempre presente na imprensa, a luz no fim do túnel dos programas supracitados, outros já extintos, foram os convites feitos ao deputado federal na época, a partir de 2010, para participar de sabatinas sem nenhum viés político ou social. Com isso, as respostas obtidas pelos entrevistadores eram sempre sobre desmoralização, direcionadas a determinados grupos sociais, o que ajudava a propagar insultos nas redes sociais.
As respostas dadas pelo deputado federal na época, não estava difamando ou colocando sua reputação política em jogo, e sim agradando cidadãos com os mesmos pensamentos, e por não poderem falar abertamente em rede nacional, por conta do anonimato, enxergavam o Bolsonaro como uma espécie de "porta-voz". Assim, percebendo que os programas lucravam com a sua presença e garantiam os desejados pontos no Ibope, o Messias insistiu em repetir seu discurso acalorado, em que afirmava não fazer parte da política brasileira existente, que representava a "novidade". Junto a essa imagem de "homem de bem", aproveitou a desinformação de parte da sociedade para reproduzir notícias falsas, como: a distribuição do "kit gay" nas escolas, a destruição da família por parte das políticas públicas desenvolvidas pelos políticos progressistas, a aproximação entre o Brasil governado pelo PT e o Comunismo da extinta Guerra Fria, a utilização do nome de Deus em vão para angariar eleitores no cenário político e a transformação dos partidos progressistas e os seus representantes no "mal" que deveria ser combatido e banido do país. Com isso, a mídia através dos seus programas semanais, desejando manter sua audiência, ajudou a disseminar, o pensamento "conservador" de Bolsonaro, que apresentou a sociedade brasileira, a visão "Maniqueísta" do Brasil. Ou seja, o Mal (progressistas) versus o Bem (conservadores).
Após os entrevistadores notarem que, a presença de um outro personagem, com um pensamento extremamente oposto ao do Bolsonaro promoveria polêmica e discussões acaloradas. A participação do Deputado foi se tornando cada vez mais comum nas emissoras de televisão. Logo, as opiniões divergentes, para determinados assuntos considerados polêmicos - por parte da sociedade brasileira com herança colonial - fazia subir a temperatura das entrevistas e consequentemente os programas conseguiam a audiência desejada, e os espectadores e telespectadores polarizavam-se, e tomavam para si, as opiniões e as verdades dos respectivos entrevistados.
Outro ponto positivo utilizado pelo 38º presidente eleito, foi a concessão dada ao comediante do programa "Pânico", acredita-se que de forma intuitiva, mas também o mesmo percebeu que para os eleitores brasileiros a política e a comédia caminhavam de mãos dadas, logo palavra "Mito" de tanto ser repetida como piada pelo personagem Bolsonabo, teve o seu real significado ignorado, e se transformou na palavra chave do jingle de campanha presidenciável de Jair Bolsonaro.
A mídia sempre utilizou o cotidiano e a imagem de personalidades e celebridades - até aquelas com fama meteórica - para atingir os desejados pontos no Ibope. Mas não se atentou para filtrar o que estava sendo noticiado, e por ignorar a velocidade da internet e o uso das redes sociais, esse conteúdo se tornou viral, e assim transformou o Bolsonaro em um fenômeno político, fortaleceu e encorajou os racistas, misóginos e homofóbicos e os transformou em cabos eleitorais, utilizando suas redes sociais para disseminar o discurso de ódio. Não satisfeita, ainda participou de forma efetiva na escolha do candidato para exercer o cargo de presidente da República Federativa do Brasil.
Podemos considerar que o Bolsonaro usou a preguiça e o lado maligno da mídia ao seu favor? Será que foi de forma intuitiva, que o Deputado aceitou os convites dos despreocupados apresentadores de programas televisivos para responder suas perguntas? Uma coisa podemos "concluir", usando e abusando da sua imagem, da sua personalidade, do seu temperamento, das suas respostas e de suas verdades, a mídia televisiva deu um tiro no próprio pé.
Podemos considerar que o Bolsonaro usou a preguiça e o lado maligno da mídia ao seu favor? Será que foi de forma intuitiva, que o Deputado aceitou os convites dos despreocupados apresentadores de programas televisivos para responder suas perguntas? Uma coisa podemos "concluir", usando e abusando da sua imagem, da sua personalidade, do seu temperamento, das suas respostas e de suas verdades, a mídia televisiva deu um tiro no próprio pé.
Fonte:
KARNAL, Leandro. Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia.
GOMES, Marcus Alan. Mídia e Sistema Penal: as distorções da criminalização nos meios de comunicação
LIRA, Rafael de Souza. Mídia Sensacionalista: o segredo de justiça como regra
Documentário:
Fake News: made in Brasil.
Programas Televisivos:
The Noite.
Elas Querem Saber - Raul Gil.
Programa do Jô.
Pânico.
CQC.
Seja. Fale. Resista. Não solte minhas mãos. Seu conteúdo é maior que qualquer previsão que esse ódio traz.
ResponderExcluirSerei. Falarei. Resistirei. Juntos é possível disseminar como o que está no poder chegou e surgiu! Assim, evitaremos o aparecimento de outros no futuro!
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