segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Laisser faire, laisser passer! (ou) Fechem as fronteiras!

O ataque terrorista na França, promoveu inúmeras condolências às vítimas do atentado na última sexta-feira, 13 de novembro de 2015. Como também foi presenciado um sentimento de XENOFOBIA(temor ou antipatia por pessoas estranhas, ou que vem de outro país) em relação aos imigrantes, principalmente aos sírios que fogem do mesmo terror causado pelo ISIS, em direção à Europa! Logo, no meio desse turbilhão de informações fragmentadas e despejadas de qualquer maneira pelos veículos de comunicação, surgem várias afirmações com o objetivo de dar fim ao terrorismo, como: Fechem as fronteiras! Os imigrantes são terroristas! Todo muçulmano é terrorista! Tinha que jogar um bomba atômica no Oriente Médio! Mas não se pode esquecer que crises econômicas e a primeira e a segunda guerra mundial fizeram europeus adotarem a mesma atividade dos sírios, ou seja, IMIGRAR para várias partes do mundo, inclusive para o Brasil! Assim, poderíamos substituir as afirmações supracitadas, por perguntas com o objetivo de entender como foi criado o paiol de pólvora que é o Oriente Médio, por exemplo: Como foi e em que ano foi criado o Estado de Israel, e quais países ocidentais participaram efetivamente desse projeto? O que foi a guerra árabe-israelense, conhecida também como guerra Yom Kippur, em 1973, e quais potências ocidentais ajudaram Israel? O que foi, ou o que é a Questão Palestina? O que motivou a Revolução do Irã, em 1979? Qual foi o legado deixado pela URSS(hoje Rússia) após a invasão no Afeganistão? Qual potência ocidental ajudou o Talibã(hoje é a Al-Qaeda) expulsar os russos do Afeganistão? Quais potências ocidentais forneceram armamentos e apoiaram o governo de Saddam Hussein na guerra Irã-Iraque, de 1980-1988? O que motivou os EUA invadir o Iraque, em 1990? O que motivou os EUA invadir o Iraque, em 2003? As respostas para as perguntas acima, vai de encontro a História Contemporânea dos povos árabes, ou do Oriente Médio, e faz surgir o nome de países ocidentais que não respeitavam a cultura dos povos árabes, pelo simples fato de explorar a região que mais produz petróleo no mundo! Logo, não é possível entender o ISIS, ignorando os fatos ocorridos no século XX! 

Nesse ínterim, em pleno século XXI, com toda liberdade política, social, econômica, religiosa, e ainda tecnológica, presenciamos o surgimento do ISIS, que através dos seus líderes pregam constantemente a criação de um Califado, um Estado Islâmico, com a extensão daquele dos séculos VII e VIII(analisar a imagem 1 no fim do texto), em que, havia tolerância religiosa, existia um bom convívio de várias religiões naquele califado! Porém o califado desejado pelo ISIS(analisar imagem 2 no fim do texto) hoje é extremamente diferente, pois não tolera nenhum tipo de religião que não seja o Islã extremista(radical), voltado para os Xiitas, que cultiva um ódio demasiado a cultura ocidental. Por conseguinte, para conquistarem cada vez mais territórios, os mesmos, implantam nas mentes de seus fiéis seguidores o JIHAD(a Guerra Santa), em que, toda ação de guerra, de terror, é justificada pelo amor a Alá(Deus islâmico). Logo, seria interessante fazer os seguintes questionamentos: O que motivou o ódio do ISIS aos países ocidentais, e até ao próprio Islã praticado pelos Sunitas(aceitam a cultura ocidental), já que vários líderes islâmicos não reconhecem o ISIS com um segmento religioso? Como um grupo terrorista consegue extrair e comercializar petróleo? Quais os países, as empresas que compram esse petróleo? Como um grupo fanático religioso, consegue comprar armamentos, automóveis, bancar viagens e disseminar todas as suas ações de terror para o mundo? Quem são os empresários, as empresas, os países que fornecem todo o aparato de guerra ao ISIS? Como o ISIS tem acesso aos meios tecnológicos? Quais são as empresas, os representantes comerciais que fornecem, tecnologia ao grupo terrorista? O que faz jovens belgas, franceses, e de outras nacionalidades europeias, e até brasileiros ingressarem nas células terroristas do ISIS? Qual a classe social desses jovens, média, abastada, despossuída? Qual é o conteúdo oferecido pelo ISIS aos jovens que as famílias não estão conseguindo oferecer, é material, é intelectual ou é espiritual? O que motiva as jovens mulheres europeias abandonarem suas famílias, lares, direitos políticos e econômicos, para se tornarem esposas de terroristas do ISIS? 

São perguntas que precisam ser respondidas para que o grupo seja desarticulado! Assim, é preciso questionar como um grupo terrorista consegue ter adeptos, com um número cada vez mais crescente e levar o Terror em várias partes do mundo! Não podemos fechar os olhos para os tipos de sociedades que estão sendo construídas nos países ocidentais, com desigualdades sociais, fragmentadas, em que boa parte dos jovens preferem os aparelhos eletroeletrônicos que o convívio social. Será que a educação oferecida de forma sucateada pelos governantes é proposital, para assim manterem um exército de jovens desinformados e desinteressados por questões que mudariam o curso de suas vidas? Será que as constantes reuniões de blocos econômicos, como o G20(grupo Financeiro-Mundo-Educação) e as suas falhas está promovendo um sentimento de descaso nos jovens, que não conseguem enxergar melhorias nos projetos que visam diminuir o abismo social entre ricos e pobres nos seus respectivos países? Será que a corrupção em todas as instituições está promovendo um desinteresse nos jovens sobre as questões políticas? Será que a omissão da verdadeira história de seus países por mídias e políticos das potências ocidentais está gerando um tipo de jovem sem amor a família, a sociedade e ao país, e acima de tudo, desconfiado, desprendido, sem raízes? Com isso, após assistir alguns documentários, ler algumas obras e observar o comportamento dos jovens adeptos do ISIS, parece que este grupo terrorista oferece um tipo de ideologia que os jovens europeus e até brasileiros não encontram em suas sociedades! Como já foi dito por estes próprios jovens, que atingem a liberdade de consciência, os mesmos começaram questionar a história dos países em que estão inseridos e até a história de suas religiões, onde o abandono da fé cristã são justificadas pela história  de exploração, opressão e sangue que marcou suas religiões e que, as mesmas, consentiam as barbáries europeias sobre as civilizações ameríndias, asiáticas e africanas dos séculos XII ao XIX, jurando amor a Deus! Isso, justifica porque a religião islâmica é a que mais cresce no mundo! 

Por isso, não é correto achar que todo árabe é muçulmano, e muito menos, que todo muçulmano é terrorista! O leitor pode estar se perguntando, como cheguei a essa conclusão? Foi através da leitura de duas obras de Edward Said, árabe e cristão, "Cultura e Imperialismo" e "Orientalismo"! Logo, não podemos ser enfeitiçados pelo calor da emoção, generalizar as ideias punitivas sobre os muçulmanos e aderir à xenofobia, não podemos olhar os bombardeios feitos pela Rússia, EUA e França como algo positivo, porque isso, também é uma forma extremista(radical) para confrontar o TERROR, pois, também existem vítimas na Síria! Ou as vítimas são apenas as pessoas que sofrem com os atentados do ISIS na Europa e nos EUA? O desejo de escrever esse texto, é disseminar informações, oferecer perguntas, criar debates, para que possam surgir respostas e entendimentos sobre o comportamento dos jovens do ISIS. Assim como, entender as possíveis mudanças que o terrorismo poderá causar na livre circulação de pessoas e no livre comércio da União Europeia, pois existem muitos europeus que são muçulmanos, e muitos muçulmanos que possuem dupla nacionalidade francesa, como os islâmicos da Tunísia, Argélia, Marrocos, entre outros), e com isso, não é só a economia da Europa que poderá ser afetada, mas a economia mundial, já que,vivemos em um mundo globalizado.

Imagem 1





Imagem 2



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