A população da França de hoje é um edifício com uma infraestrutura mal acabada de outrora, e por causa do seu poderoso Império Colonial que partilhou a África, a Ásia e as Américas com outras potências europeias, provocou infiltrações e rachaduras nos pilares dessa antiga construção nos dias atuais. Desde então, em sua trajetória decadente, escreveu os mais tristes episódios da história africana e deixou um legado de injustiças, miséria e morte dos povos nativos. Por conseguinte, crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos pelos colonos franceses(invasores) e seus exércitos de ocupação foram marcantes durante o processo de independência de suas ex-colônias, em particular no caso da Guerra de Independência da Argélia, entre 1954 a 1962, onde as tropas francesas recorreram de forma banal à execuções sumárias, massacres e torturas. Porém, os franceses não gozavam dos mesmos meios tecnológicos que o Estado Islâmico possui hoje para divulgar suas barbáries, devido ao período em que ocorreu o conflito, mas o conceito de humilhar e expor os prisioneiros argelinos muçulmanos e suas esposas, é o mesmo. Assim, como os vídeos e fotos de policias/marginais sendo assassinados, quando são publicados e compartilhados em redes sociais. Não acham? Ou barbárie é apenas aquelas cometidas por estranhos, africanos, muçulmanos, hindus, budistas?(analisar as imagens no fim do texto) Com isso, parafraseando com o historiador Pierre Vidal-Naquet, o mesmo disse: -"ficou explícito que na Guerra de libertação da Argélia os franceses rasgaram a Convenção de Genebra (…). Essa convenção, foi um marco na história dos direitos humanos, que virou letra morta na Argélia. Não era essa uma preocupação dos militares franceses naquele momento. Obcecados por um racismo que desumanizava os autóctones(que ou quem é natural do país ou da região em que habita e descende das raças que ali sempre viveram), árabes muçulmanos, eles disseminavam preconceitos para estigmatizar os argelinos"(analisar as imagens no fim do texto).
Devido ao seu glorioso passado IMPERIAL/COLONIAL - Argélia, Tunísia, Líbia, Mali, Marrocos, entre outros países muçulmanos do norte da África - a França é o país com a maior comunidade muçulmana da Europa, com cerca de 6,2 milhões de fiéis (aproximadamente 10% da população francesa), são os imigrantes das ex-colônias francesas que não encontraram a política de acolhimento que esperavam e que fora prometida por governantes anteriores, sendo marginalizados e discriminados. Assim, grande parte dessas pessoas é pobre, sendo estereotipadas como “cidadão de segunda classe” e vítimas de preconceitos e exclusões(por isso, o genial, ex-jogador de futebol, filho de argelinos, muçulmano, Zinédine Zidane que disputou três Copas do Mundo, vencendo o Brasil, na final de 1998, nunca cantou a Marselhesa-símbolo do nacionalismo francês.), num país onde a xenofobia(desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas, ou pelo que é incomum ou vem de fora do país) tem crescido na mesma proporção em que se agrava a crise econômica francesa.
Entretanto, apesar de contabilizar mais de 3,5 milhões de desempregados, ausência de crescimento, e a perda de competitividade de sua economia, o já desacreditado governo francês continua sonhando em recuperar o antigo prestígio daquele Império Colonial, que se notabilizou no século XIX até o século XX. Por tanto, esse sonho utópico, vem gastando centenas de milhões de euros para manter cerca de 8 mil soldados em diferentes intervenções militares, na África, Ásia Central e Oriente Médio, onde colabora com os EUA, e agora, após esses últimos ataques também está colaborando com a Rússia, na guerra contra o Estado Islâmico, além de atuar ativamente na operação da OTAN contra a Síria, introduzindo mercenários e armas, no interior do país muçulmano.
Entretanto, apesar de contabilizar mais de 3,5 milhões de desempregados, ausência de crescimento, e a perda de competitividade de sua economia, o já desacreditado governo francês continua sonhando em recuperar o antigo prestígio daquele Império Colonial, que se notabilizou no século XIX até o século XX. Por tanto, esse sonho utópico, vem gastando centenas de milhões de euros para manter cerca de 8 mil soldados em diferentes intervenções militares, na África, Ásia Central e Oriente Médio, onde colabora com os EUA, e agora, após esses últimos ataques também está colaborando com a Rússia, na guerra contra o Estado Islâmico, além de atuar ativamente na operação da OTAN contra a Síria, introduzindo mercenários e armas, no interior do país muçulmano.
Porém, os jovens “terroristas” que estão apavorando o mundo, estão exercendo as mesmas atividades dos agentes da CIA que assassinaram centenas de pessoas na Nicarágua, Panamá e Cuba, como assassinaram Che Guevara na Bolívia e fotografaram para exibir ao mundo, e ainda auxiliavam os governos militares brasileiros torturarem e assassinarem centenas de brasileiros que lutaram contra a opressão militar, como os agentes de outros serviços secretos europeus, tipo aqueles que adoramos assistir nas salas lotadas dos cinemas, regados a pipocas e refrigerantes, que sempre presenciamos nos filmes hollywoodianos, explodindo prédios, assassinando ou torturando povos nativos(estranhos a cultura europeia e norte-americana) e se exibindo com belas mulheres, como o lendário 007, o famoso James Bonde, que sempre ostentou desde 1953, belos ternos, automóveis de ponta e lindos relógios, e que sempre salvou a humanidade do mal causado pela extinta URSS, e que hoje, salva o mundo de sociedades anônimas criminosas. Mas aos olhos da população ocidental, que não conseguem enxergar que esses jovens franceses marginalizados, sem perspectiva de futuro, muçulmanos, cidadãos de segunda classe, como sempre foram considerados na França, estão apenas sendo seduzidos pelo distorcido JIHADISMO(guerra santa muçulmana; luta armada contra os infiéis e inimigos do Islã), para “vingar o profeta Maomé”, mas poderiam fazer o mal por qualquer outro motivo. Já que, as potências europeias continuam visando o lucro e as vantagens comerciais que as mesmas exploram das regiões produtoras de petróleo. Talvez se os milhões de dólares gastos pelo governo francês para manter suas operações militares no Mali, no Afeganistão, na Síria e no Iraque fossem investidos para amenizar os efeitos da crise econômica sobre as famílias mais pobres da França – muitas delas de imigrantes muçulmanos – o ataque ao Charlie Hebdo, ou no Bataclan não teriam acontecido.
Logo, não é correto olhar para os fanáticos jovens do Estado Islâmico, como os únicos culpados pelos atentados que estão ocorrendo na França. Porque o maior culpado sempre foi o Governo Francês, basta analisar todas as suas ações de TERROR em várias partes do mundo ao longo de sua história que assassinou e explorou vários povos em nome do LUCRO. Culpado por ação (ao intervir politica e militarmente no Oriente Médio e na África, provocando a ira dos fundamentalistas islâmicos) e culpado por omissão (ao não praticar uma política de inclusão social e econômica em relação aos franceses de segunda classe, aos imigrantes e outras minorias). Com isso, os mortos em Paris nem de longe se equivalem aos milhares de muçulmanos massacrados por Renaud de Châtillon durante as Cruzadas(Idade Média, século XII). Nem de longe se equivalem aos milhares de africanos assassinados, escravizados e expulsos de suas terras pelos colonizadores franceses. Nem de longe se comparam aos milhares de afegãos, sírios, iraquianos e tuaregues, que foram assassinados, e que ainda hoje lutam contra a ganância imperialista da Europa. O ataque a sede do jornal francês Charlie Hebdo e ao restaurante Bataclan, é apenas o começo na Europa, já que, na África, que é um lugar esquecido pelos veículos de comunicação, o Boko Haram(um tentáculo do Estado Islâmico na África) faz constantes ataques terroristas na Nigéria e em vários países africanos, como o ataque terrorista feito com metralhadoras e granadas, que deixou cerca de 30 mortos em um hotel de luxo, em que a maioria dos hospedes eram europeus, esse fim de semana, 20 de novembro de 2015, em Bamako, a capital do estado centro africano do Mali. A França cometeu muitos crimes no passado e insiste em repeti-los no presente. E se é assim que vai ser, acredito que os atentados terroristas não cessarão, com isso, franceses, turistas, entre outros de nacionalidades distintas acabarão pagando o preço pelos pecados cometidos pelos governos norte-americano, russo, inglês e francês!
Fontes:
SAID, Edward. Cultura e Imperialismo. São Paulo, Companhia das Letras, 2011.
____________. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo, Companhia das Letras, 2007.
NAQUET, Pierre Vidal-. Os Gregos, Os Historiadores, A Democracia - o grande desvio. São Paulo, Companhia das Letras, 2002.
MINCES, Juliette. Estudos Afra-Asiáticos: A comunidade argelina na frança. Ed. 17, Rio de Janeiro, CEAA, 1989.
Excelente narrativa desta triste crise geopolítica, onde o agressor volta as práticas do passado. As nações libertas do imperialismo se vem agredidas em seus territórios, tendo seus povos dizimados por bombas do 1º Mundo. Cadê a ONU??
ResponderExcluirOrganizações das Noções Unidas, representa apenas os EUA, França, Inglaterra, Alemanha, entre outras nações com Repúblicas Representativas, em que estás atendam sempre os interesses daquelas citadas acima. Logo, Iran, Iraque, Síria, entre outras nações árabes e africanas não gozam da defesa da ONU!
ExcluirOrganizações das Noções Unidas, representa apenas os EUA, França, Inglaterra, Alemanha, entre outras nações com Repúblicas Representativas, em que estás atendam sempre os interesses daquelas citadas acima. Logo, Iran, Iraque, Síria, entre outras nações árabes e africanas não gozam da defesa da ONU!
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