sábado, 26 de fevereiro de 2022

A guerra contra a OTAN!

 O fim da 2ª Guerra Mundial promoveu a polarização do mundo entre URSS x EUA, ou seja, a famosa Guerra Fria, um conflito ideológico entre Capitalismo e Socialismo no mundo! Essa colcha de retalhos costurada pela Rússia a partir de 1949 que deu origem a URSS deixou grandes feridas abertas nos países que foram anexados ao bloco socialista! Mas quando a URSS começou a sofrer com a saída de vários países do bloco, as rivalidades religiosas, culturais e econômicas incentivadas pelos interesses estadunidense e da OTAN, o que se viu foi o surgimento de vários conflitos nessas regiões durante a década de 1990 e início dos anos 2000! 


Assim, visando manter as suas influências econômicas no Leste europeu, os EUA e a União Europeia apoiaram o surgimento de governos voltados para os interesses econômicos europeus e estadunidense, deixando claro para os futuros presidentes russos, assim como Vladimir Putin que, se precisassem travar uma guerra econômica contra a Rússia para manter esses governos marionetes no poder, assim fariam! Basta relembrar o apoio dos EUA na candidatura do Volodymyr Zelenski, em 2014, ex-comediante de programa de TV, que fugia dos debates e dos jornalistas, que preferia as redes sociais para se dirigir aos seus eleitores, sem plano de governo, para o cargo de presidente da Ucrânia! Vale ressaltar também que, esse apoio estadunidense ficou escancarado quando apenas EUA e a Ucrânia votaram contra a resolução da ONU condenando qualquer manifestação ou existência de um partido nazista! 


Continuando nos trilhos da História, para encontrar a justificativa de Vladimir Putin para a invasão na Ucrânia, faz-se necessário citar a anexação da Crimeia por parte da Rússia que, por possuir uma população fragmentada culturalmente e de maioria russa - vale ressaltar a divisão cultural da região: russos (58,3 %), seguindo-se ucranianos (24,3 %), tártaros da Crimeia (13%), bielorrussos, tártaros, armênios, judeus e outros grupos. Sendo assim, a anexação da Crimeia representou além do apoio de boa parte da população a retomada do controle absoluto sobre a península novamente, já que, nos tempos da URSS essa região assegurava o interesse militar e econômico no Mar Negro. Ou seja, novamente a Rússia não só garantiu a saída de sua força naval para mares quentes via Mediterrâneo como também garantiu o controle geopolítico de uma região estratégica não só para a economia russa como também para uma iminente guerra. Por conseguinte, contando com essa colcha de retalhos cultural, Vladimir Putin tratou de aumentar cada vez mais a sua influência política-militar na região e ainda, visando garantir o controle sobre a produção e distribuição de gás natural muito consumido pelo mercado europeu e norte-americano, anexou a Crimeia! 


Como retaliação à anexação da Crimeia a OTAN impôs várias sanções econômicas à Rússia, mas como a China que é a segunda maior economia do mundo tem fortes relações comerciais com os russos, Putin continuou com o seu projeto expansionista voltado para as regiões do Bálcãs, que anteriormente faziam parte da extinta URSS! 


Esse projeto expansionista ficou aparente para a OTAN, União Europeia e EUA quando Putin apoiou os grupos separatistas que desejavam a soberania das repúblicas de Donetsk e Lugansk que, segundo ele, “a Ucrânia possui um regime fantoche manipulado pelos EUA”. Acusando ainda Kiev de planejar e produzir suas próprias armas nucleares, além de desenvolver outros armamentos com apoio estrangeiro. O que seria "inaceitável". Com isso, a adesão da Ucrânia à OTAN seria uma ameaça direta aos interesse econômico, político e militar da Rússia, fazendo Putin afirmar o seguinte: "Tentaram, vez após vez, nos dizer que a OTAN é uma organização para paz, mas sabemos a verdade por trás disso". 


A invasão na Ucrânia representa um impedimento do avanço da OTAN no Leste Europeu, porque a Ucrânia embora pleiteie a entrada no grupo, não há qualquer previsão de que isso realmente aconteça num futuro próximo. Atualmente, é um "país parceiro", isso significa que há um entendimento de que pode ser autorizado a ingressar na aliança em algum momento no futuro. Entretanto, Putin afirma que as potências ocidentais estão usando a aliança com os países do Leste Europeu para cercar a Rússia! Logo, o presidente russo deseja que a OTAN  cesse suas atividades militares na Europa Oriental. 


Como tudo se explica através da História, Vladimir Putin faz questão de retornar ao passado para justificar a invasão argumentando que há muito tempo que os EUA não cumpriram com uma garantia feita em 1990, ou seja, de que a OTAN não se expandiria para o Leste Europeu com o fim da Guerra Fria! Com isso, não é correto tomar partido, escolher um lado, apropriar-se de uma visão maniqueísta (bem X mal) como as mídias e outros cientistas políticos formados em “achismo” desejam que façamos, porque para explicar a invasão da Rússia na Ucrânia, faz-se necessário compreender um processo histórico que iniciou em 1949 e teve uma ruptura com o fim da Guerra Fria em 1991.


 Por conseguinte, esse conflito trouxe a superfície os mesmos interesses econômicos, políticos e militares que eram separados pela “Cortina de Ferro de 1946 - Capitalismo X Socialismo na Europa”, sendo que nos dias atuais, os interesses estão separados da seguinte forma: de um lado os EUA e a União Europeia visando garantir a exploração no gasoduto do Leste Europeu e do outro lado a Rússia tentando evitar o isolamento econômico e político numa região que já pertenceu a extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas)! Logo, a invasão na Ucrânia também servirá de alerta para aqueles países ou regiões que faziam parte da URSS, mas atualmente possuem suas diretrizes econômicas e políticas ligadas à OTAN! 




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